Ibama aprova plano ambiental da Petrobras para exploração na Foz do Amazonas
SÃO PAULO — O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) aprovou nesta segunda-feira (data) o plano apresentado pela Petrobras para realização de vistorias e simulações de resgate da fauna na Bacia da Foz do Amazonas. Essa etapa representa o último requisito antes da concessão da licença ambiental necessária para a exploração petrolífera na região, considerada uma nova fronteira energética do país.
O plano aprovado contempla procedimentos para teste prático da capacidade de resposta a emergências ambientais, especialmente acidentes com derramamento de óleo, incluindo a simulação de resgate de animais afetados. Segundo o Ibama, a iniciativa cumpre os requisitos técnicos e está apta a avançar para a fase de Avaliação Pré-Operacional (APO).
A Petrobras destacou que a aprovação marca o início da última fase do processo de licenciamento ambiental. Em parceria com o Ibama, a empresa realizará uma simulação in loco para avaliar a eficiência dos protocolos de emergência, a agilidade na resposta e a comunicação com autoridades e partes interessadas.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que a companhia instalará na área a maior estrutura de resposta à emergência já realizada em águas profundas e ultra profundas no Brasil. “Estamos confiantes em nossa capacidade de atuar com segurança na costa do Amapá, protegendo o meio ambiente e as comunidades locais”, afirmou.
A simulação envolverá mais de 400 profissionais, além de recursos logísticos como embarcações, helicópteros e a sonda de perfuração NS-42, que será posicionada no local da operação. O Ibama informou que definirá, em conjunto com a Petrobras, o cronograma para a realização do exercício.
Embora a aprovação do plano ambiental represente um avanço, o Ibama ressaltou que ela não equivale à concessão da licença para início da perfuração exploratória, que seguirá sob análise conforme as normas ambientais vigentes.
A região da Foz do Amazonas ganhou destaque no cenário energético após a confirmação da existência de reservas petrolíferas na Margem Equatorial, próxima à fronteira geológica com a Guiana, onde a ExxonMobil explora campos significativos.
Autoridades locais, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ressaltaram a importância do avanço no processo de licenciamento para garantir um desenvolvimento sustentável e seguro da área.
O Ibama já havia negado, em maio de 2023, um pedido anterior da Petrobras para a licença de perfuração offshore na região, devido a preocupações ambientais, especialmente relacionadas às comunidades indígenas do Amapá.
A Petrobras reafirma que a exploração na Margem Equatorial pode consolidar uma nova fronteira energética para o país, contribuindo para o crescimento econômico e a segurança energética do Brasil.