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Nike retoma vendas diretas na Amazon e reestrutura sua estratégia global
A Nike oficializou nesta semana seu retorno às vendas diretas por meio da Amazon, encerrando um afastamento iniciado em 2019. A decisão, confirmada por um porta-voz da varejista americana, representa uma inflexão estratégica na política de distribuição da maior marca de calçados esportivos do mundo.
O retorno à plataforma de e-commerce acontece sob a liderança de Elliott Hill, novo CEO da Nike, e é interpretado por analistas como um movimento alinhado à reestruturação da presença digital e ao fortalecimento da estratégia de atacado da companhia. Durante o período de ausência, os produtos da Nike continuaram disponíveis na Amazon por meio de revendedores terceirizados, o que gerou preocupações com falsificações e controle de marca.
De acordo com analistas da Truist Securities, a Nike optou por retomar a parceria após avanços significativos da Amazon no combate à pirataria. “A Unidade de Crimes de Falsificação da Amazon melhorou significativamente o ambiente da plataforma para grandes marcas”, destacaram os especialistas em relatório divulgado a investidores.
O impacto da decisão já começou a ser percebido no marketplace: a Amazon notificou diversos vendedores independentes sobre a suspensão da autorização para comercializar determinados produtos da Nike a partir de 19 de julho. O movimento reforça a retomada do controle direto da marca sobre sua cadeia de distribuição digital.
A equipe da Jefferies também avaliou positivamente a retomada da parceria, reiterando recomendação de compra para as ações da Nike (NYSE: NKE). “A estratégia reposiciona a Nike com maior capilaridade e amplia seu alcance global. A marca se consolida ainda mais como referência no setor de calçados e vestuário esportivo”, escreveram os analistas.
Eles ainda destacaram que, apesar da forte presença de mercado, a avaliação das ações permanece abaixo do potencial. “O CEO Elliott Hill está tomando decisões assertivas em um momento-chave para a companhia. Vemos espaço relevante para valorização das ações nos próximos 12 a 24 meses.”
Para o mercado, a reaproximação entre Nike e Amazon representa uma combinação de alcance logístico com fortalecimento de marca, sobretudo em um cenário de competitividade crescente no varejo digital. A movimentação também reforça a tendência de grandes marcas globais de equilibrar presença direta com parcerias estratégicas no e-commerce, visando controle, escalabilidade e confiança do consumidor.
A retomada das vendas diretas pode abrir um novo ciclo de crescimento para a Nike no ambiente digital, ao mesmo tempo em que pressiona concorrentes a revisarem suas próprias políticas de distribuição online.
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