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Dividida entre acionistas, JBS decide futuro da listagem nos EUA
A JBS, maior processadora de proteína animal do mundo, enfrenta um momento decisivo em sua trajetória corporativa. A proposta da companhia de realizar uma dupla listagem de ações — mantendo sua base no Brasil e ingressando simultaneamente na Bolsa de Nova York — encontrou resistência entre os acionistas e será submetida à deliberação final em assembleia extraordinária marcada para esta sexta-feira.
Segundo dados divulgados pela própria companhia nesta quinta-feira, a prévia da votação mostra uma divisão entre os investidores: cerca de 246 milhões de votos foram registrados a favor da listagem nos Estados Unidos, enquanto 271 milhões se posicionaram contra. O número total de ações com direito a voto supera os 2,2 bilhões.
A proposta visa ampliar o acesso da JBS ao mercado global de capitais, diversificar sua base de investidores e potencialmente reduzir seu custo de capital. Com forte presença internacional, a companhia avalia que a exposição direta ao mercado norte-americano pode contribuir para aumentar a liquidez de suas ações e consolidar sua imagem institucional junto a investidores estrangeiros.
Contudo, a proposta não é consensual. Parte dos acionistas questiona os impactos da operação sobre a governança corporativa e teme um esvaziamento do mercado acionário brasileiro. A preocupação central envolve a possibilidade de que, com a listagem nos Estados Unidos, a empresa passe a concentrar seus esforços e compromissos regulatórios fora do país, o que poderia prejudicar a transparência e o acompanhamento mais próximo por parte de investidores locais.
Especialistas ouvidos por analistas de mercado avaliam que a decisão da assembleia terá peso estratégico não apenas para a JBS, mas também como referência para outras empresas brasileiras com ambições de internacionalização. Uma aprovação poderá sinalizar maior abertura ao capital global, enquanto uma rejeição pode indicar a permanência de uma postura mais cautelosa por parte dos investidores institucionais brasileiros.
A assembleia contará com a participação de controladores, fundos e acionistas minoritários, sendo necessária uma maioria qualificada para aprovação da proposta. A expectativa do mercado é alta, e o resultado pode alterar significativamente a rota de expansão financeira da JBS.
Com ações listadas sob o código JBSS3 na B3, a empresa é hoje uma das gigantes do setor de alimentos, com operações em dezenas de países e um portfólio diversificado de marcas no varejo global. A listagem em Nova York, se aprovada, colocaria a JBS em um novo patamar de visibilidade no mercado internacional.
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