Ministro da Fazenda articula com Lula medidas para zerar o déficit e fortalecer a confiança fiscal até 2025.
BRASÍLIA — O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um novo conjunto de propostas fiscais com foco no equilíbrio das contas públicas. A iniciativa marca o início de uma semana decisiva para a política econômica do governo federal, com reuniões agendadas entre representantes da área econômica e o Palácio do Planalto.
As propostas integram a estratégia da equipe econômica para garantir o cumprimento das metas fiscais definidas pela gestão atual. O governo trabalha com a previsão de déficit primário zero em 2025 e a obtenção de superávit de 0,25% do PIB em 2026, metas consideradas desafiadoras em meio ao cenário de pressões orçamentárias e demandas sociais crescentes.
De acordo com Haddad, o detalhamento das finanças públicas será apresentado na quinta-feira (22), por meio do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias, que trará dados atualizados sobre arrecadação, gastos federais e projeções macroeconômicas para o curto e médio prazos.
“Na quinta, vamos divulgar todos os dados fiscais deste ano e também as estimativas para o próximo ciclo. O material trará transparência e será base para decisões futuras”, afirmou o ministro a jornalistas.
O conteúdo exato das medidas entregues a Lula não foi divulgado, mas fontes da equipe econômica indicam que o pacote contempla ajustes na estrutura de gastos e alternativas para reforçar a arrecadação sem aumento direto de impostos — respeitando os limites do novo regime fiscal.
As reuniões previstas para os próximos dias devem definir quais propostas serão priorizadas e quais ajustes ainda serão necessários para manter a trajetória de sustentabilidade fiscal. A expectativa é de que o governo apresente à sociedade e ao mercado financeiro um sinal claro de responsabilidade na condução das contas públicas.
A publicação do relatório fiscal também deve influenciar a formulação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que precisa ser enviada ao Congresso até o final de abril. O documento servirá como base para o planejamento orçamentário do próximo ano e poderá consolidar a visão de médio prazo da política econômica adotada pelo governo.