Dólar Enfrenta Queda Com Dados de Inflação Abaixo do Esperado nos EUA
São Paulo, 15/05/2025 – O dólar segue em queda nos mercados internacionais nesta quarta-feira, após a divulgação de dados mais suaves de inflação ao consumidor nos Estados Unidos, o que reforçou as expectativas de um ciclo de cortes adicionais nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Inflação Abaixo do Esperado Impacta Expectativas do Mercado
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA, um dos principais indicadores de inflação, apresentou uma alta abaixo do previsto para abril, aliviando preocupações sobre uma pressão inflacionária persistente. O resultado positivo, embora ainda acima da meta do Fed, reforçou o cenário de que a autoridade monetária poderia adotar uma postura mais acomodatícia nos próximos meses, facilitando o enfraquecimento do dólar.
Às 7h de Brasília, o Índice do Dólar, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta composta por seis divisas fortes, caiu 0,6%, sendo negociado a 100,227 pontos. Esse movimento segue o recuo de 0,8% registrado no dia anterior, refletindo o impacto dos números mais suaves da inflação.
Mercado Ajusta Expectativas de Políticas Monetárias
Os dados mais amenos ajudaram a reduzir as apostas dos investidores em cortes agressivos de juros. Durante sua última reunião, os membros do Fed indicaram cautela e afirmaram que aguardariam sinais mais claros de desaceleração econômica antes de implementar qualquer mudança significativa na taxa de juros. Atualmente, o mercado embute cerca de 50 pontos-base de flexibilização até o final do ano, uma diminuição considerável em relação às apostas anteriores de cortes mais profundos.
Analistas do ING afirmaram que o mercado ajustou suas expectativas com base em vários fatores, incluindo o recente acordo entre os EUA e a China, que trouxe maior previsibilidade ao mercado. O acordo comercial entre os dois países diminuiu as tensões, estabelecendo um teto para as tarifas, o que, por sua vez, favoreceu a estabilidade da moeda americana.
Impacto na Economia Global
A desaceleração nas pressões inflacionárias nos EUA tem implicações globais, especialmente para economias emergentes que têm enfrentado desafios com o fortalecimento do dólar nos últimos meses. Economistas acreditam que uma política monetária mais branda nos Estados Unidos pode impactar positivamente as moedas de mercados emergentes, como o real brasileiro e o peso mexicano, que se beneficiam de uma taxa de juros mais baixa nos EUA.
Apesar da queda no dólar, a situação permanece volátil, com o mercado atento a novas declarações de membros do Fed, como o presidente Jerome Powell, que pode reforçar ou ajustar o posicionamento da instituição em relação à política monetária.
Euro e Libra se Recuperam em Meio à Inflação Moderada na Europa
Na Europa, o euro registrou um leve avanço, sendo negociado a 1,1216 contra o dólar, após a divulgação de dados que mostraram uma desaceleração na inflação na Alemanha. A taxa anual de inflação na maior economia da zona do euro recuou para 2,2% em abril, o que reforça a possibilidade de novos cortes de juros pelo Banco Central Europeu (BCE).
A libra esterlina também apresentou um desempenho positivo, avançando 0,2% contra o dólar, após dados que sugeriram uma recuperação no mercado de trabalho britânico, apesar do recente aumento nos impostos.
Tensões Comerciais e a Influência no Mercado Cambial
As tensões comerciais continuam a influenciar os mercados cambiais, especialmente com relação à relação entre os EUA e a China. Apesar da recente diminuição das tensões, o impacto da guerra comercial ainda é um fator chave na análise do desempenho das moedas globais. A diminuição das tarifas e o alívio das tensões podem proporcionar uma maior estabilidade no mercado cambial global.