Bitcoin renova recorde histórico com avanço regulatório nos EUA e maior presença institucional
O bitcoin alcançou nesta quinta-feira (22) seu maior valor nominal da história, ultrapassando a marca de 111 mil dólares, impulsionado por uma combinação de fatores que envolvem avanços regulatórios nos Estados Unidos, aumento do fluxo de investimentos em fundos de índice e crescente adesão institucional ao ativo digital.
Por volta das 9h30 no horário de Brasília, a criptomoeda era negociada a 111.588 dólares, com alta de 3,8 por cento no dia. Ao longo da manhã, chegou a tocar os 111.834 dólares, superando o recorde anterior registrado acima dos 109 mil. Com a valorização acumulada em maio já superior a 18 por cento, o ativo reafirma sua posição como o principal termômetro do mercado de criptoativos.
Regulação das stablecoins avança no Senado e anima investidores
O movimento recente é atribuído, em grande parte, ao avanço do projeto de lei GENIUS Act no Senado dos Estados Unidos. A proposta tem como objetivo estabelecer um marco regulatório para as stablecoins, ativos digitais atrelados ao valor de moedas fiduciárias, como o dólar.
O projeto é interpretado como um sinal positivo de institucionalização do mercado cripto, oferecendo maior clareza legal para investidores e empresas do setor. A expectativa é que o texto seja votado em plenário ainda nesta semana. Se aprovado, seguirá para a sanção do presidente Donald Trump.
Especialistas destacam que a iniciativa pode consolidar os Estados Unidos como o principal centro regulatório e financeiro para ativos digitais, o que tende a atrair ainda mais capital institucional para o mercado.
Governo dos Estados Unidos anuncia Reserva Estratégica de Bitcoin
Outro fator que reforça o otimismo do mercado é a decisão do governo norteamericano de criar uma Reserva Estratégica de Bitcoin. A medida foi anunciada em março e tem como objetivo garantir segurança financeira diante de cenários geopolíticos adversos.
A criação dessa reserva é vista como uma estratégia de posicionamento global, refletindo o entendimento de que os ativos digitais poderão ter papel relevante no equilíbrio financeiro entre as principais potências econômicas nas próximas décadas.
ETFs e adesão institucional sustentam valorização
A alta recente do bitcoin também é impulsionada pela entrada contínua de capital nos ETFs de bitcoin à vista, aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos no início do ano. O volume de negociação desses fundos segue em expansão, reforçando a legitimidade do ativo no mercado tradicional.
Instituições financeiras de grande porte, como Fidelity e BlackRock, ampliaram sua atuação no segmento cripto. Além disso, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, anunciou nesta semana que o banco permitirá que seus clientes adquiram bitcoin, mesmo após anos de críticas ao setor. A mudança de postura é considerada simbólica e representa uma nova etapa de maturidade para o mercado.
Outro marco importante foi a inclusão da exchange Coinbase no índice S&P 500. A empresa se tornou a primeira do setor cripto a integrar o principal benchmark da bolsa norteamericana, o que reforça a presença do setor na economia convencional.
Altcoins acompanham movimento de alta
A valorização do bitcoin também puxou a alta de outras criptomoedas. O Ethereum avançava 1,3 por cento, negociado a 2.627 dólares. O XRP operava estável, em 2,41 dólares.
Entre os demais ativos, a Solana subia 3,6 por cento, a Cardano registrava alta de 4,5 por cento e a Polygon ganhava 6 por cento. Já no segmento dos tokens com apelo popular, como os chamados memecoins, o Dogecoin apresentava valorização de 4 por cento, enquanto o token $TRUMP disparava 7 por cento.
Segundo Stephen Wundke, diretor de estratégia da gestora Algoz, especializada em ativos digitais, o momento atual reflete uma mudança estrutural no perfil dos investidores. “Há uma transição em curso. O bitcoin passa a ser considerado por muitos como um ativo de longo prazo, não apenas uma aposta especulativa.”
