Banco Central avalia menor impacto das tarifas dos EUA no Brasil, mas mantém cautela diante de cenário global incerto
Brasília, 15 de maio de 2025 — A ata da recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira (13), revela que o Banco Central (BC) considera o Brasil menos vulnerável às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos em comparação a outras economias, embora o país continue sob influência do contexto global adverso.
O documento oficial detalha a decisão de elevar a taxa Selic de 14,25% para 14,75% ao ano, em resposta ao aumento da incerteza internacional e à necessidade de manter o controle da inflação.
Segundo o colegiado, o choque tarifário dos EUA e a incerteza associada à política comercial americana representam fatores complexos, com impactos difíceis de mensurar, que afetam cadeias globais de produção, decisões de investimento e comportamento do consumidor.
Apesar do Brasil parecer menos diretamente impactado pelas tarifas, o BC destaca a crescente incerteza global e o aprofundamento da desaceleração econômica, especialmente nos Estados Unidos, onde o ritmo de crescimento diminui em meio a pressões inflacionárias persistentes.
A ata sublinha ainda os dilemas enfrentados pela política monetária norte-americana, que precisa equilibrar o combate à inflação com a desaceleração da atividade econômica, cenário que influencia as condições financeiras globais e, consequentemente, a economia brasileira.
O Banco Central reafirma seu compromisso com a estabilidade de preços e a ancoragem das expectativas inflacionárias, destacando a importância da prudência na condução da política monetária doméstica, diante de volatilidade cambial e incertezas internacionais ampliadas.
O Copom reforça que seguirá atento aos mecanismos de transmissão da conjuntura externa para a inflação interna, ajustando suas ações conforme o desenrolar do cenário econômico global e suas repercussões no Brasil.