Ações europeias avançam, impulsionadas por inflação branda e trégua comercial
As ações europeias mantiveram um impulso positivo nesta terça-feira (13), com o índice pan-europeu STOXX 600 subindo 0,12%, para 545,17 pontos, marcando sua quarta sessão consecutiva de ganhos. O movimento foi influenciado pela divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos, que vieram abaixo das expectativas, além de uma trégua temporária nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
O alívio no mercado foi visível após a leitura de inflação nos EUA mostrar um ritmo de aumento de preços mais moderado, o que gerou expectativas de que o Federal Reserve poderia adotar uma postura mais cautelosa nas futuras decisões de política monetária. No entanto, a cautela ainda predominava, com investidores esperando que o impacto das tarifas comerciais impostas entre as duas maiores economias do mundo fosse mais relevante nas próximas semanas.
A distensão temporária na guerra comercial também ajudou a aumentar o apetite pelo risco. Pequim e Washington chegaram a um acordo para uma pausa de 90 dias nas tarifas, o que proporcionou algum alívio para os mercados, que estavam preocupados com o risco de uma recessão global.
Apesar do otimismo momentâneo, analistas advertiram que as incertezas não desapareceram completamente. “Embora o mercado tenha reagido de forma positiva à trégua comercial, muitos investidores estão cautelosos quanto à estabilidade dessa trégua e às possíveis consequências a médio e longo prazo”, afirmou Danni Hewson, chefe de análise da AJ Bell.
A recuperação das ações europeias também reflete a reação dos investidores ao impacto das tarifas impostas pelos EUA, com destaque para os setores de energia renovável e saúde. A empresa de energia renovável Vestas teve um desempenho positivo, com uma alta de 9,2%, após investidores reagirem positivamente a propostas de legisladores dos EUA que não foram tão adversas às medidas climáticas esperadas.
No entanto, a volatilidade dos mercados continua, com os resultados corporativos sendo observados de perto. A Bayer, gigante farmacêutica, registrou um desempenho mais forte do que o esperado no primeiro trimestre, o que contribuiu para um aumento de 2,8% nas suas ações. Já o índice DAX da Alemanha subiu 0,31%, e o CAC-40 da França avançou 0,30%.
Em Londres, o índice FTSE 100 registrou leve queda de 0,02%, com a volatilidade também se refletindo nas ações do setor financeiro. Em Madrid, o índice Ibex-35 teve alta de 0,83%, liderando os ganhos na região.
Enquanto isso, o mercado global observa com atenção a continuidade das negociações entre EUA e China e a evolução das políticas monetárias nos principais bancos centrais, como o Banco Central Europeu (BCE) e o Federal Reserve. Muitos investidores aguardam mais dados econômicos antes de tomar decisões significativas, em um cenário que segue sendo influenciado por incertezas políticas e econômicas.
Perspectivas futuras
Apesar do cenário positivo de curto prazo, analistas alertam para uma possível desaceleração econômica global à medida que as tensões comerciais e as políticas monetárias mais restritivas podem começar a pesar sobre o crescimento no final de 2025. No entanto, as expectativas permanecem razoavelmente altas, com muitos investidores apostando na recuperação gradual dos mercados financeiros.
Os próximos meses serão cruciais para determinar se as ações europeias continuarão a se beneficiar da redução das tensões comerciais e de uma possível desaceleração na alta das taxas de juros, ou se novos desafios econômicos poderão reverter o otimismo atual.